"Não se confunda independência com dissidência"

Ex-ministro de Durão elogia caminho seguido pelo Governo de Passos Coelho, mas assinala que é preciso "dar esperança" aos portugueses. Sobre o pós-<i>troika</i>, uma novidade: "quórum mínimo de entendimento" pode não incluir o CDS.
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Nuno Morais Sarmento respondeu este sábado, no XXXV Congresso do PSD, às acusações lançadas na véspera por dirigentes sociais-democratas a vários "notáveis", alegando que sempre recusou que "a militância se esgotasse ou valesse mais quando feita para dentro do partido".

"Defendi sempre que o essencial da nossa militância se cumprisse lá fora, seja num jornal ou numa televisão, na profissão que exercemos ou na nossa atividade política", começou por dizer, numa réplica às palavras, entre outros, do presidente da distrital de Lisboa, Miguel Pinto Luz, apelando ainda a que "não se confunda independência com dissidência".

O ex-ministro da Presidência do Governo de Durão Barroso referiu que já pagou muitas vezes pela sua "liberdade" e "consciência" e lembro que também Passos Coelho o sentiu na pele quando, em 2009, foi excluído por Manuela Ferreira Leite das listas do PSD para as legislativas.

E aí passou ao ataque: "Quando me insurgi contra essa exclusão, num Conselho Nacional, não foram muitos os que me acompanharam. E não foi nenhum dos que agora se arvoram em seus guardiões a fazê-lo."

Entre elogios ao "caminho trilhado" pelo Executivo para tirar o País da bancarrota, Sarmento pediu que o PSD recuperasse a sua dimensão "humanista", ao vincar que, não obstante os sinais de melhoria que o País vai dando, "a mensagem de esperança" deve de ir para além de "estatísticas e de folhas de Excel". Porque, disse, "as pessoas movem-se por ideias, pela dimensão imaterial da política".

Já para o pós-troika, para a qual defende "uma saída à portuguesa", projetou um acordo de convergência. Com uma diferença em relação ao que a direção 'laranja' tem afirmado: deve ser aberto a todos os partidos, mas "o quórum mínimo para que possa funcionar" passa pela inclusão do PS e do PSD.

No entanto, ao maior partido da oposição deixou a crítica: "O PS de António José Seguro faz lembrar aquelas novelas em que podemos ficar duas três semanas sem a ver que, quando voltamos, está tudo na mesma."

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